As intervenções na policromia medieval no túmulo de Isabel de Aragão: as fontes históricas
DOI:
https://doi.org/10.14568/cp35846Palavras-chave:
Tumulária, Isabel de Aragão, raínha consorte de Portugal, a Raínha Santa, História da conservação e restauro, Iconografia, Memória e identidadeResumo
Ao longo dos séculos, o monumento fúnebre de Isabel de Aragão rainha consorte de Portugal (c. 1270-1336), obra-prima da escultura gótica portuguesa da primeira metade do século XIV, tem sido objeto de diferentes tipos de intervenções. O seu objetivo foi preservar a integridade e o decoro do sarcófago que tinha guardado o “corpo santo”, encontrado intacto dentro do sepulcro, da rainha proclamada beata em 1516 e santa em 1625. Através do estudo das fontes históricas (literárias e iconográficas), foi possível reconstituir a sequência e a cronologia de várias operações que incidiram sobretudo na superfície pictórica e não na estrutura do túmulo; identificar as áreas de intervenção; refletir sobre as suas motivações, modalidades e técnicas; e avançar hipóteses sobre uma nova leitura da iconografia do jacente da rainha e a permanência da policromia medieval.
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