Ad futuram Regis memoriam. A história conservativa do túmulo do rei D. Dinis: mitos e realidade

Autores

  • Guilia Rossivairo IEM – Instituto de Estudos Medievais, NOVA - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Colégio Almada Negreiros, Campus de Campolide, 1070- 312 Lisboa; CIEBA – Centro de Investigação e Estudos em Belas- Artes, FBAUL – Faculdade de Belas-Artes, Lisboa https://orcid.org/0000-0003-4080-4751

DOI:

https://doi.org/10.14568/cp2019076

Palavras-chave:

Túmulo do rei D. Dinis, Escultura medieval, História do Restauro, Intervenção de conservação

Resumo

O presente artigo pretende proporcionar, com base na investigação desenvolvida até ao momento, um breve excursus sobre a história conservativa do túmulo do rei D. Dinis, um unicum no panorama da arte portuguesa da primeira metade do século XIV e peça emblemática da escultura medieval europeia. Por outro lado, o texto questiona algumas afirmações acerca deste tópico transmitidas acriticamente, ao longo dos anos, pela historiografia artística nacional, formulando observações, considerações e raciocínios, baseados na análise e na recognição visual e material da obra, assim como no aprofundamento do contexto histórico de referência. Nesta perspetiva, o artigo propõe uma revisão da literatura existente sobre os restauros do monumento e, ao mesmo tempo, revisitar o próprio tema do(s) restauro(s) no túmulo, no sentido de quantificar as intervenções e os danos sofridos por este, quer por efeito de catástrofes naturais, quer pela mão do homem.

 

Recebido: 2018-12-10
Revisto: 2019-12-5
Aceite: 2020-2-13
Online: 2020-5-30
Publicação: 2020-11-27

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Referências

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Publicado

2020-11-27

Como Citar

Rossivairo, G. (2020). Ad futuram Regis memoriam. A história conservativa do túmulo do rei D. Dinis: mitos e realidade. Conservar Património, 35, 131–140. https://doi.org/10.14568/cp2019076

Edição

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Notas